O sindicato Paperworkers’ Union anunciou que a greve na maioria das fábricas finlandesas da UPM vai continuar até 30 de abril de 2022, a menos que sejam alcançados novos acordos coletivos de trabalho antes disso.
As negociações prosseguem e há um conciliador envolvido, que fez uma proposta de acordo nas negociações entre o sindicato e a UPM. As partes devem apresentar a sua posição sobre a proposta até 14 de abril.
"A elaboração de convenções coletivas específicas de empresas, lideradas pelo conciliador, tem prosseguido intensamente nas últimas semanas. Já existe uma proposta para a UPM Pulp. Agora é importante concentrarmo-nos na resolução das questões em aberto nas restantes empresas da UPM", afirma Jyrki Hollmén, vice-presidente de Labour Markets na UPM.
A greve na UPM Pulp, UPM Biofuels, UPM Communication Papers, UPM Specialty Papers e UPM Raflatac, na Finlândia, começou a 1 de janeiro de 2022. Atualmente, cerca de 200 membros do sindicato trabalham nas fábricas em tarefas críticas à sociedade, como centrais elétricas e instalações de tratamento de água.
A greve nas fábricas de papel finlandesas começou porque, alega o sindicato, a UPM recusou-se a continuar o acordo existente até à assinatura do novo contrato coletivo de trabalho, o que é um procedimento normal na Finlândia. A UPM recusou-se unilateralmente a honrar o tempo de proteção pós-contratual, refere o sindicato. Dizem ainda que se a UPM aceitasse o tempo normal de proteção pós-contratual, a negociação coletiva estaria em curso sem ação industrial, e que não estão a exigir mais do que o que já está acordado nas restantes convenções coletivas.
Numa carta aberta, os sindicatos expressam que não existe “o conflito não é causado pelas exigências dos sindicatos que visam melhorar os termos e condições de trabalho anteriores."
“A UPM irá servir os seus clientes a partir das suas fábricas fora da Finlândia na medida do possível. Neste momento, a UPM não divulga as estimativas dos impactos económicos das greves”, refere a UPM em comunicado.
A proposta de aumento salarial, por parte dos sindicatos, foi de 1,9%, quando na maioria dos contratos coletivos deste ano foi de 2%. Outros termos manter-se-iam iguais aos da anterior convenção coletiva, dizem os sindicatos.
Quanto ao conteúdo das convenções coletivas, o que a UPM quer é um horário de trabalho mais longo, um aumento entre 80 a 100 horas por ano, sem pagamento extra, o que, em termos práticos, significa cortes nos salários. No que diz respeito aos trabalhadores assalariados, a UPM recusa-se a iniciar a negociação coletiva e a empresa deixará de ter qualquer acordo coletivo com a Union Pro.