A Intergraf adverte que a atual crise do papel será agravada e terá graves repercussões no fornecimento de produtos impressos para todos os mercados económicos.
A associação está a apelar à paragem imediata ou redução significativa das exportações de pasta e papel para países terceiros para salvaguardar a autonomia das indústrias europeias.
A Intergraf apela ainda a que as partes envolvidas na greve em curso nas fábricas de papel nórdicas cheguem a um consenso para uma solução que garanta a disponibilidade de papel e de cartão e a que a indústria trabalhe no caminho da sustentabilidade de fornecimento de madeira, pasta e papel para todos os sectores económicos, garantindo uma oferta suficiente de matérias-primas e capacidade de produção na Europa.
“Produzimos livros escolares, rótulos para produtos alimentares ou farmacêuticos, publicidade, embalagens de todos os tipos, bem como meios impressos, como livros, revistas e jornais. O fornecimento contínuo destes produtos está em perigo real”, comenta a Intergraf. A situação atual constitui uma ameaça não só para a indústria gráfica, mas põe em risco a sua função de apoio a todos os sectores e a tão necessária recuperação da economia europeia, diz a federação das associações da indústria gráfica europeia.
Os preços do papel registaram uma taxa de aumento de 45%, em média, nos últimos 6 meses, sendo que o papel jornal atingiu taxas de aumento de preços de 80%. Os aumentos deveram-se em grande escala ao encarecer da energia e dos processos logísticos. A isso juntam-se as greves nas fábricas nórdicas que deverão prolongar-se até 6 de abril, agravando o “fornecimento de papel e de administração na Europa a muito curto prazo”. Com o conflito na Ucrânia são também esperados impactos no fornecimento de madeira e pasta para os fabricantes de papel.
A redução da disponibilidade de papel gráfico na Europa, a reduzida disponibilidade de papel recuperado e o aumento da concorrência das fibras de madeira de vários outros sectores, como a construção, o têxtil ou a energia, estão a criar incerteza.