A autora, Maria João Bom
 
Com sala cheia, Maria João Bom, lançou a sua segunda monografia, dedicada à obra do designer Sebastião Rodrigues. A apresentação do livro contou com as intervenções da autora, de Aurelindo Ceia, José Brandão, Jorge Ferreira, Guilhermino Pires e Paulo Aradas, com moderação de Ana Paula Cecília.

A primeira intervenção coube a José Brandão, outro vulto do design nacional que muito privou com o homenageado Sebastião Rodrigues, por amizade e por motivos profissionais: “A Maria João Bom teve uma ótima ideia de ter esta iniciativa, e graças também à Caleidoscópio, de publicar um livro sobre o Sebastião, que compila todo os dados essenciais da vida do Sebastião e que, para além disso, incorpora comentários que são extremamente importantes. Agradecemos, portanto, à Maria João de nos dar esta possibilidade de dispor de mais uma obra sobre o Sebastião”.
 
José Brandão

Aurelindo Ceia, aluno do primeiro curso universitário em Design de Comunicação do país, criado em 1975 na Escola de Belas-Artes de Lisboa, e um dos elementos de uma geração única de designers portugueses, também conheceu e privou com Sebastião Rodrigues, comentou: “Este é um livro que nos vai ajudar bastante a tomar contacto com a obra de Sebastião, que descreve com grande exaustão um conjunto de trabalhos e de propostas que o nosso amigo Sebastião fez”.
 
Maria João Bom, Aurelindo Ceia e Ana Paula Cecília

Guilhermino Pires, que dedicou toda a vida às artes gráficas, quer através do seu trabalho na Imprensa Nacional da Casa da Moeda, quer através do seu trabalho como fundador do curso de Design e Tecnologia das Artes Gráficas do Instituto Politécnico de Tomar, também disse algumas palavras. “Com ele, o grafismo ganhava a eficácia dos génios. O Sebastião para mim era um génio. Porque era autodidata, porque nasceu a mexer, a ver e a fazer, porque trabalhou com gráficos, para saber como se faz o quê”.
 
Guilhermino Pires

“Eu conheci o trabalho de Sebastião Rodrigues em 1997, através do emblemático Catálogo Verde sobre a exposição da retrospetiva da Gulbenkian, de 1995. Depois de ter conhecido o trabalho, pelo qual me apaixonei, comecei a trabalhar na Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha. Passado um ano, comecei a trabalhar com o Robin Fior e ele começa a partilhar comigo alguns dos momentos que viveu com o Sebastião e a curiosidade em relação à pessoa aumentou. Foi esta conjugação de fatores que me fez abraçar primeiro uma tese de mestrado e depois esta publicação sobre Sebastião Rodrigues”, explicou Maria João Bom.

Sobre o visado, no livro pode ler-se: “Sebastião Campos Rodrigues Afonso dos Santos foi uma figura singular que não apreciava a banalidade, que viveu intensamente a sua época, com particular simpatia pelos heróis da transgressão que fizeram a história do jazz, e que se dedicou a tempo inteiro a uma profissão, – o design gráfico. As estratégias de intervenção gráficas preconizadas por ele, incluíam a utilização da palavra e da imagem em suportes diversos – cartazes, brochuras, catálogos, desdobráveis, convites, magazines, livros, entre outros”.
 
Paulo Aradas, Maria João Bom, Ana Paula Cecília, Aurelindo Ceia, José Brandão e Guilhermino Pires

A edição é da Caleidoscópio, cujo responsável, Jorge Ferreira, afirma: “O papel do editor é tentar ter os melhores conteúdos dando-lhes uma forma, de preferência com bom design e fazer o seu principal trabalho que é chegar ao público, através da distribuição. É um papel de sombra. E é muito honroso para um editor ter a possibilidade de editar trabalhos interessantes e com bons conteúdos, como é o caso deste trabalho da Maria João”. O livro foi impresso pela CGI e tem acabamentos da M2.
 
Este é o segundo livro de Maria João Bom, docente do Instituto Politécnico de Tomar, que se segue à obra “A Práxis no Design Gráfico de Robin Fior e contextos, 1935-2012”, lançada no MUDE – Museu do Design, em 2015.