Daphna Tissenbaum

 

A resposta chega com a participação de Daphna Tissenbaum, CEO da Tipa-Corp, numa das sessões da Web Summit, que está a decorrer em Lisboa, entre 6 e 8 de novembro. “How we hacked plastic” foi o mote para a participação da empresa israelita, que falou sobre os seus produtos compostáveis e que se apresentam como a alternativa sustentável para o futuro.

A pesquisa e desenvolvimento levou a Tipa a desenvolver produtos que são compostáveis e que se desintegram na natureza, após o uso, num prazo de seis meses. A ideia é que a embalagem seja tão natural como uma “casca de laranja”, que é devolvida à natureza, decompondo-se e funcionando como um fertilizante natural, sem impacto negativo para o ambiente.

 

TIPA

Mas, para ser comercialmente viável e sustentável, a tecnologia tem que conseguir responder aos mesmos requisitos que o plástico convencional, quer em termos de transparência, capacidade de selagem, capacidade de impressão, flexibilidade, e durabilidade na prateleira.

Produto Tipa 3

Para que possam optar por produtos mais sustentáveis, os consumidores necessitam ter os mesmos benefícios em termos de funcionalidade. E os produtores necessitam ter acesso a materiais com base biológica que vá de encontro às necessidades, processos e maquinaria instalados em termos de produção.

 

Produto Tipa 2

A empresa produz diversos tipos de filmes laminados, que podem ou não ser impressos. Dedicam-se especialmente à indústria alimentar, mas os produtos podem ser adequados para outras indústrias. A fragilidade assenta apenas em dois detalhes: “A primeira geração de produtos não está preparada para uma longa exposição na prateleira, devido às questões relacionadas com a degradação e também não é muito adequado para produtos muito sensíveis à humidade. Mas a segunda geração de produtos, que chega em 2019, irá ultrapassar essas questões”, diz Daphna.

Produto Tipa 1

Daphna Tissenbaum acredita que a transição da utilização de plástico para alternativas sustentáveis é inevitável, e deverá ocorrer no espaço de dois anos. No final de 2017, a China deixou de receber cargas de resíduos de outros países do mundo, o que fez com que outras nações tenham sido obrigadas a lidar com as questões da reciclagem. Tal levou a alterações de legislação em vários países e dos modos de operar das empresas, que são agora pressionadas pelos estados e pelos consumidores finais, no que respeita à sustentabilidade dos modos de produção e serviços relacionados.

Quando questionada sobre o que todos podemos fazer para que os produtos de plástico sejam substituídos por opções mais ecológicas, Daphna diz: “Se és um consumidor final, podes fazer pressão junto dos teus fornecedores e exigir alternativas mais sustentáveis. Se és uma marca, podes vir falar connosco e colaboramos mutuamente”.

Atualmente a Tipa-Corp está a operar em Israel, França, Reino Unido, Holanda e Estados Unidos. Dentro de dois anos, a empresa espera chegar à China.