A Trust in News (TiN) entregou ao tribunal um plano de recuperação económica que visa evitar a liquidação da empresa.

O plano inclui medidas como a suspensão ou venda de oito publicações, o ajuste na periodicidade de outras quatro, a redução de cerca de 50 trabalhadores do quadro atual de 136, e o pagamento parcial das dívidas aos credores ao longo de 15 anos.

Entre as publicações a serem suspensas ou colocadas à venda estão títulos como TVMais, Telenovelas, Caras Decoração, Prima, Visão Saúde, Activa, Visão Surf e This is Portugal, além do Courrier Internacional, suspenso desde o início de 2024. Algumas revistas, como Visão História, Exame Informática e Visão Júnior, terão periodicidade reduzida, enquanto a Exame continuará mensal, mas em parceria com outro grupo editorial.

O plano prevê a redução de 70% no espaço físico da empresa e diversas medidas de contenção, como o encerramento de departamentos, centralização de funções, e colaboração com outros grupos editoriais para produção e distribuição. Estas medidas incluem: encerramento do departamento de arte das revistas femininas e criação de um núcleo geral de fotografia, reduzindo o número de fotógrafos dedicados; redução de 20% nos custos de papel e impressão; integração das áreas de novos negócios e assinaturas no departamento comercial e externalização da gestão de TI, mantendo apenas dois funcionários internos. Em contrapartida, para minimizar o impacto da reestruturação, o plano inclui medidas como aumento do subsídio de refeição, reposição do seguro de saúde e pagamento em duodécimos do subsídio de férias e Natal de 2025, com acordo dos trabalhadores.

O plano propõe o pagamento de 40% das dívidas comuns em 15 anos, com um bullet de 60% na 150.ª prestação, e a possibilidade de conversão de 50% da dívida em permutas de publicidade e branded content. As dívidas aos trabalhadores, de cerca de 2,5 milhões de euros, seriam saldadas em 120 meses, enquanto os 17 milhões de euros devidos ao Estado e à Segurança Social seriam pagos em 150 prestações.

No documento, Luís Delgado argumenta que a continuidade da empresa proporcionará maior retorno aos credores do que um cenário de liquidação, mas admite que a viabilidade depende de financiamento adicional e de cash-flows suficientes para cobrir os compromissos assumidos.

O futuro imediato da Trust in News depende do pagamento dos ordenados de dezembro. André Correia Pais, administrador de insolvência nomeado no início de dezembro, declarou que recomendará a liquidação da empresa caso os salários não sejam pagos esta semana.