A Heidelberg anunciou uma série de medidas que visam aumentar a rentabilidade da empresa. Estão previstos cortes na produção, incluindo de novos equipamentos Primefire e de grandes formatos como as Speedmaster XL 145 e XL 162. A multinacional vai cortar 2000 postos de trabalho e focar-se no realinhamento da empresa com o foco colocado num futuro digital.
O foco no negócio de base rentável e na racionalização sistemática da base de custos destinam-se a proporcionar uma melhoria de 100 milhões de euros no EBITDA, excluindo o resultado da reestruturação. Ao mesmo tempo, uma transferência de liquidez do fundo fiduciário eliminará quase por completo a dívida líquida, melhorando assim significativamente a estabilidade financeira de Heidelberg.
"O realinhamento de Heidelberg é um passo radical para a nossa empresa que também envolve algumas mudanças dolorosas. Por mais difícil que tenha sido para nós tomar esta decisão, é necessário voltar a colocar a nossa empresa no caminho certo para o sucesso.
A descontinuação de produtos não rentáveis permite-nos focar no nosso núcleo forte e rentável. É aqui que alargaremos ainda mais a posição de mercado da Heidelberg, aproveitando as oportunidades de digitalização.
Daqui para a frente, continuaremos a fornecer, aos nossos clientes em todo o mundo, soluções e serviços digitais de topo", afirmou o diretor executivo da Heidelberg, Rainer Hundsdörfer.
A Heidelberg irá descontinuar os produtos individuais que têm pouco peso na rentabilidade da empresa, com um prejuízo anual de cerca de 50 milhões de euros. Na impressão digital, por exemplo, o mercado do produto Primefire 106 cresceu muito mais lentamente do que o previsto.
Da mesma forma, na impressão offset folha-a-folha, a gama de produtos de grande formato tem vindo a ficar muito aquém dos objetivos de venda devido a uma alteração fundamental da estrutura de mercado para este subsegmento.
Para melhorar a rentabilidade global o mais rapidamente possível, a produção em ambas a empresa deverá ser descontinuada, o mais tardar, até ao final de 2020.
O objetivo é centrar a Heidelberg, de forma consistente, em atividades lucrativas, a fim de garantir um forte desempenho operacional e a rentabilidade.
O realinhamento é acompanhado por uma racionalização abrangente dos custos de produção e dos custos estruturais. No total, as medidas previstas afetarão até 2000 postos de trabalho em todo o mundo. Isto também pode incluir encerramentos de fábricas.
As negociações sobre a implementação detalhada serão retomadas nas conversações com os representantes dos trabalhadores que deverão começar num futuro próximo.
“Tendo em conta as circunstâncias atuais, Heidelberg está consciente da sua responsabilidade para com a mão de obra e trabalhará com os representantes dos trabalhadores para garantir que a redução da força seja feita de forma responsável. Dependendo do resultado das negociações com os representantes dos trabalhadores, bem como dos encargos contabilísticos no exercício de 2019/2020, estima-se que as despesas não recorrentes necessárias à implementação do pacote de ação totalizem cerca de 300 milhões de euros”, adianta a administração.
O que esperar no futuro?
O foco consistente nos negócios lucrativos da empresa está no centro do realinhamento, sendo que a administração da empresa diz que os especialistas estimam que irão crescer ligeiramente nos próximos anos e fornecer uma base sólida para os produtos e soluções da Heidelberg com um volume de produção de longo prazo superior a 400 mil milhões de euros por ano.
Com o seu portfólio de soluções integradas e novos modelos de negócio digital, como a subscrição, a Heidelberg quer expandir o seu papel tecnológico com o objetivo de impulsionar o sucesso dos seus clientes e, consequentemente, voltar a um crescimento sustentável.
O investimento futuro, dizem, passa por apostar na digitalização completa da criação de valor do cliente, o que significa principalmente soluções integradas de sistema para máquinas, software, bens de consumo e serviços de desempenho.
A visão é criar uma plataforma baseada em IoT (Internet das Coisas) para automatizar todas as relações cliente-fornecedor. A solução permitirá às gráficas, diz a Heidelberg, assegurar um ganho significativo de produtividade.