Já são mais de 90 mil os trabalhadores em Portugal a receber um novo tipo de recibo de vencimento que revela, de forma clara, o custo real do trabalho para a empresa.

A iniciativa, promovida pela Associação Business Roundtable Portugal (BRP), ganhou nova força com o apoio da SAP, que viabiliza agora a expansão da solução digital a mais de 120 empresas suas clientes, abrangendo um universo de 226 mil colaboradores.

Desenvolvido com base na tecnologia SAP Human Capital Management (HCM), o novo recibo foi concebido para tornar visíveis componentes até aqui ocultos, como os 23,75% da contribuição da empresa para a Segurança Social em nome do trabalhador. Ao detalhar o total de encargos assumidos pela entidade empregadora, o modelo dá resposta a uma necessidade crescente de transparência salarial e literacia financeira.

“Este projeto demonstra o potencial da tecnologia na transformação dos processos das empresas”, afirma Nuno Saramago, Diretor Geral da SAP Portugal. “Com a nossa solução, pronta a ser ativada em mais de uma centena de clientes nacionais, estamos a colocar a inovação ao serviço da transparência salarial e da literacia financeira.”

Um dos elementos centrais deste novo modelo é a explicitação do chamado tax wedge, ou seja, a diferença entre o custo total para a empresa e o valor líquido que chega ao trabalhador. Ao dar visibilidade a este fosso, pretende-se promover um debate mais informado sobre a carga fiscal sobre o trabalho em Portugal.

Para as empresas que já utilizam SAP HCM, a adoção é simples. Basta a instalação de uma nota de consultoria e a aplicação de um conjunto de configurações no sistema para passar a gerar recibos com esta representação gráfica dos encargos.

Segundo Pedro Ginjeira do Nascimento, Secretário-Geral da BRP, “com o apoio da tecnologia, conseguimos ir além da simplificação administrativa; promovemos uma verdadeira mudança de cultura. Ao tornar visível o custo real do trabalho, contribuímos para um debate mais informado e para a construção de políticas públicas mais justas, que não penalizem os rendimentos dos colaboradores e que incentivem o crescimento e a competitividade das empresas portuguesas.”

Com esta iniciativa, a BRP pretende estimular uma reforma fiscal que dê maior visibilidade aos encargos associados à remuneração do trabalho, reforçando simultaneamente a educação financeira dos trabalhadores e a sustentabilidade do mercado laboral nacional.