O livro "170 anos do Movimento Associativo Gráfico” foi lançado em Braga.

A iniciativa que marca o encerramento das comemorações dos 170 anos do associativismo da indústria gráfica, foi um dos momentos altos do Encontro de 2024 da APIGRAF - Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel.

Foto: Pedro SantosFoto: Pedro Santos

O livro contém o resultado da investigação realizada pela investigadora do IHC - Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Cláudia Figueiredo, que contou ainda com a colaboração do consultor e especialista em artes gráficas Jaume Casals, fotografia de Paulo Catríca, Ricardo Lopes e Rafael Antunes, um glossário elaborado por Miguel Sanches e design de José Carlos Mendes.

A produção dos dois livros e da caixa que compõe o livro envolveu diversos associados da APIGRAF, como o Grupo UV, a M2 – Artes Gráficas, a Manuel Guedes e Guedes, a Mofitex, a Molográfica e a Norprint. Contém técnicas inovadoras que espelham o que de melhor se faz nas artes gráficas em Portugal, sublinhando a qualidade e potencial do setor.

O trabalho integra no primeiro volume – “Os 170 anos do Movimento Associativo dos Industriais Gráficos” - a reconstituição do movimento associativo gráfico, desde as associações oitocentistas até à atual APIGRAF, preservando a sua memória histórica e permitindo um maior e melhor reconhecimento do seu valor. Quanto ao segundo volume – “Os Mundos da Indústria Gráfica e Comunicação Digital”, tem por objeto realçar a relevância da indústria no ensino, na educação, na cultura, na sociedade, na economia, bem como a sua evolução tecnológica, em contraste com o meio humano e ambiental.

“O livro foi um desafio para nós. Há que realçar todo o trabalho dos elementos da DEN até chegarmos a este momento. Nós fizemos os acabamentos do livro, e empregámos técnicas inovadoras, como a utilização de estampagem no verniz serigráfico e a geração de imagens que apenas irão surgir com a reação do verniz à luz solar”, explicou Sérgio Albuquerque, do Grupo UV.

IMG 3133Lopes de Castro, Sérgio Albuquerque e José Martins

Para a investigadora do IHC Cláudia Figueiredo, “o livro espelha a importância da indústria gráfica em Portugal, uma indústria omnipresente na nossa sociedade. Gostaria que este livro chegasse ao público em geral, não especializado, para que as pessoas fiquem a conhecer a omnipresença desta indústria, que faz parte do nosso dia a dia, desde os livros até aos bilhetes do comboio.”

“Quando forem visitar um cliente, levem o livro convosco, e certamente a reunião será mais produtiva”, começou por dizer, José Martins da M2 Artes Gráficas, numa nota de boa disposição. “Quando falámos no design deste livro, pensei imediatamente no José Carlos Mendes. Ele abraçou o projeto, escolheu a matéria-prima, os papéis e os tecidos, e começou a fazer as ilustrações. Começou com papel mais antigo e o design vai evoluindo consoante as épocas que são abordadas. Por exemplo, quando se aborda o período de Salazar, rasurou o texto em tinta azul, numa referência ao célebre lápis azul da época da censura”, explica.

O livro tem dois volumes e é apresentado numa caixa de arquivoO livro tem dois volumes e é apresentado numa caixa de arquivo

José Manuel Lopes de Castro, Presidente da APIGRAF, comenta: “A iniciativa e a consequente publicação desta obra, deram cumprimento a um dos objetivos maiores da APlGRAF: o da promoção e divulgação da importância que as indústrias gráficas possuem, desde a sua origem até ao presente. Renovamos, desta forma, a esperança no futuro deste movimento associativo, pois não esmorecerá, estamos certos, a dedicação e devoção dos seus empresários e colegas às causas destes setores, pelo que também nós e os nossos vindouros saberemos estar à altura da situação”.

A obra, que terá um PVP de 250€, estará à venda diretamente através da APIGRAF.