Nicola Rapley, gestor de marketing para dispositivos médicos e farmacêuticos da Videojet Technologies, aborda o tema da tecnologia de codificação e marcação no mercado de genéricos e a importância de selecionar um parceiro de integração especializado
A utilização de medicamentos genéricos é mais elevada do que nunca. Com a validade de um número cada vez maior de patentes dos chamados medicamentos "blockbuster", os fabricantes de produtos farmacêuticos reproduzem estes produtos de marca de preço elevado e comercializam os seus produtos a preços muito inferiores, já que o produto propriamente dito foi alvo de desenvolvimento, formulação e aprovação anteriores.
Um relatório da IMS Health, Global Medicines Use in 2020: Outlook and Implications , prevê que em 2020 o volume global de medicamentos utilizados atinja o número de 4,5 biliões de doses. Os genéricos desempenham um papel de destaque neste aumento, com uma taxa de crescimento anual geral de 10,6% e, com o envelhecimento da população e o aumento dos custos de cuidados de saúde, é fácil perceber o porquê.
Como exemplo da dimensão dos volumes utilizados, só nos Estados Unidos, espera-se que em 2020 os medicamentos genéricos sejam utilizados em 91 a 92% de todas as receitas emitidas.
São boas notícias para os fabricantes de medicamentos genéricos, já que o volume determina os seus lucros, mas os fabricantes de produtos farmacêuticos são também obrigados a cumprir vários requisitos regulamentares rigorosos, como a serialização e mecanismos de rastreio, independentemente da sua dimensão, o que implica custos para a linha de produção.
As margens são muito mais apertadas no mercado dos genéricos, devido à elevada exigência a nível de programação da produção, por isso, cada segundo de produtividade conquistado é vital para a indústria. O tempo de inatividade não programado e o desperdício de produto devido a uma má codificação são problemas a evitar a todo o custo.
Tecnologias preferidas
Tempo de atividade, fiabilidade e legibilidade são fatores fundamentais e muitos fabricantes de produtos farmacêuticos vão aderir aos sistemas de marcação de Jato de Tinta Térmico (TIJ) ou a Laser pelo facto de estes sistemas proporcionarem um ambiente de produção "limpo".
Os sistemas de jato de tinta térmico atualmente disponíveis no mercado oferecem uma impressão de alta qualidade e alta resolução a 600 x 600 dpi e são de fácil utilização e manutenção. Estes sistemas permitem a impressão de múltiplos códigos de barras lineares e em 2D, incluindo DataMatrix, QR, GS1, PPN e HIBC, a velocidades de até 300 m por minuto.
Em determinados sistemas, podem ser adicionadas até seis cabeças de impressão (com quatro a imprimir simultaneamente), o que permite a troca eletrónica entre lotes que exigem locais de impressão ou embalagens diferentes. A eliminação da necessidade de instalar manualmente a cabeça de impressão em caso de alteração do local de impressão permite reduzir significativamente os tempos de troca, o que proporciona ao fabricante níveis de produção mais elevados.
O risco de ocorrência de erros do operador devido a uma intervenção manual também é eliminado da equação. São desenvolvidas novas tintas constantemente. É esse o caso da tinta solvente flexível. Esta nova tinta solvente para aplicações TIJ abre novas oportunidades para marcar códigos mais duráveis em substratos não porosos que eram anteriormente difíceis de marcar, por exemplo, polipropileno de orientação biaxial (BOPP).
Os codificadores de laser também são populares por permitirem uma codificação contínua com manutenção muito reduzida. Dada a importância de um ambiente limpo na indústria farmacêutica, é de realçar a vantagem de as lentes poderem ser utilizadas durante longos períodos antes de ser necessária a sua limpeza, o que reduz o tempo de inatividade. O laser é considerado uma tecnologia completamente limpa, já que dispensa a utilização de quaisquer produtos consumíveis.
O novo laser de CO2 deverá entrar no mercado este ano, tendo sido desenvolvido com base nos requisitos e desafios comunicados pelos clientes e concebido para aumentar ainda mais a produtividade. Incluirá funcionalidades de processamento rápido de dados que permitirão ao sistema produzir códigos complexos a velocidades nunca vistas num sistema de laser de 30 W utilizado em produção farmacêutica.
Trabalho em parceria
É impossível obter elevados níveis de produtividade se o codificador utilizado na linha não for eficiente. A implementação eficaz destes sistemas tem de ser um processo simples e organizado. Muitos fabricantes de medicamentos genéricos são pequenas e médias empresas que enfrentam os desafios da serialização, por exemplo, a nível interno, para poderem cumprir normas como a Drug Supply Chain Security Act (Lei sobre segurança na cadeia de fornecimento de medicamentos - DSCSA) no mercado dos Estados Unidos e a Diretiva relativa aos medicamentos falsificados (FMD) na Europa. A legislação aplica-se a todos os fabricantes da indústria farmacêutica, por isso, têm de tomar medidas que assegurem o cumprimento do plano temporal estabelecido.
Conforme referido anteriormente, as margens de lucros são apertadas e o acréscimo de equipamentos suplementares para facilitar o cumprimento de novas regulamentações aumenta os custos de produção.
Assim, a otimização das linhas de produção torna-se numa prioridade. Encontrar um parceiro capaz de fornecer apoio do início ao fim do processo constitui uma vantagem significativa, uma vez que quanto mais suave a transição, menor será o tempo de inatividade.
É muito importante contar com o apoio de uma rede de serviços global, assim como encontrar um parceiro com experiência significativa na implementação de soluções de serialização e dispor de uma estrutura que permita cumprir os requisitos: desde uma simples unidade de codificação até um projeto chave na mão.