Um selo em cortiça, um selo em seda, um selo com LEDs ativados remotamente. São três exemplos da inovação que os CTT levaram à filatelia, e a estes junta-se agora o primeiro Crypto Stamp português, um selo que existe em formato físico com um gémeo em NFT.

O Crypto Stamp pode ser adquirido online ou nas estações de CTT pelo valor de 9,90€, estando disponível 40 mil exemplares, 30 mil em formato físico e outros 10 mil exemplares em NFT. Ao adquirir um selo físico, o cliente (ou colecionador) terá acesso a um código numérico de 10 dígitos, que deverá introduzir na plataforma Stampsdaq, de forma a aceder ao selo NFT correspondente.

CryptoStamp obliteracaoA obliteração aconteceu no Pavilhão do Conhecimento

As particularidades do selo NFT

O selo digital tem quatro níveis de raridade. Se o selo físico tem a cor laranja, o digital pode ter a cor laranja (normal – 35 mil exemplares) roxa (raro com 4900 exemplares), azul (super raro com 99 exemplares) ou branca (único). Ao comprar o selo, o cliente não sabe qual o correspondente NFT, tornando-o mais interessante para os colecionadores tradicionais (cerca de 60 mil) ou para os colecionadores nativos digitais (estimados em 68 mil). O selo digital fica disponível na crypto wallet, cujas direções de instalação acompanham o selo.

Os interessados em adquirir o selo digital poderão fazer o pagamento com Matic, a criptomoeda nativa da rede Polygon, ou com cartão de crédito. Assim que é acedido deve ser guardado na crypto wallet.

Novas descobertas

“Navegando à descoberta do futuro” foi o mote para o lançamento que aconteceu a 28 de fevereiro, no Pavilhão do Conhecimento em Lisboa, com a participação de Elvira Fortunato, cientista e Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; João Bento, CEO dos CTT; Raul Moreira, diretor de Filatelia dos CTT; Nuno Matos, Diretor de Digital, Inovação e Novos Canais dos CTT e Andrii Shapovalov, CEO da Stampsdaq, entre outros.

Andrii ShapovalovAndrii Shapovalov, CEO da StampsDaq

É o encontro da tradição com a modernidade, que faz parte de uma agenda de inovação com mais de 30 tópicos e que faz a homenagem, segundo Nuno Matos, à lógica muito portuguesa de descoberta de novos mundos. Isso está patente no design do selo, onde se destaca uma caravela, símbolo idealizado por Samuel Trindade, o responsável pelo design do selo. “Esta aposta faz parte da nossa missão de sermos altamente inovadores nos selos que lançamos e acreditamos que este cripto selo vai apelar tanto aos nossos antigos coleccionadores como aos novos. Escolhemos a StampsDaq como parceiro para o selo digital porque partilhamos uma visão comum sobre o futuro da filatelia”, diz Raul Moreira, diretor de Filatelia dos CTT.

Andrii Shapovalov, CEO da StampsDaq, explicou o que mais o agrada na nova parceria: “Todos os elementos da cadeira de valor filatélica são preciosos, mas os colecionadores são os que mais devem beneficiar, e estou satisfeito por os CTT terem a mesma visão estratégica para que isso aconteça”. Parte do que é ganho pelos CTT será convertido em recompensas e ações para os colecionadores.

“A filatelia dos CTT já conquistou para o país 41 grandes prémios de design aos quais se juntam outros dez grandes prémios dirigidos à qualidade gráfica ou ao conteúdo dos nossos livros. A nossa filatelia afirma-se como a mais premiada da Europa e uma das mais premiadas do mundo”, relembrou João Bento, CEO do grupo.

Elvira FortunatoElvira Fortunato

“Acreditamos que há muito que pode ser alcançado com o desenvolvimento de sinergias, e que a ciência e tecnologia devem estar ao serviço do conhecimento, e não representar obstáculos à capacidade de criar, disseminar ou aplicar conhecimento. Neste caso é a transferência digital de autenticidade, imaterializando o selo postal dos CTT. Isto é a prova de que empresas centenárias conseguem inovar, renovar, atualizar e manter-se a par das novas tecnologias”, disse Elvira Fortunato.

 

O que são NFT?

Um token não fungível (NFT) é um identificador digital que não pode ser copiado, substituído ou subdividido, que é registado em blockchain (estrutura que armazena registos transacionais sob a forma de base de dados) e que é usado para certificar a propriedade e autenticidade.

A propriedade de um NFT é registada em blockchain e pode ser transferida pelo proprietário, permitindo a venda dos mesmos. Os NFT podem ser criados por qualquer pessoa e não exigem conhecimentos de código. Contêm, maioritariamente, referências a ficheiros digitais que podem ser fotos, vídeos e áudio ou outras obras de arte, por exemplo.

Os defensores alegam que os NFT são um certificado público de autenticidade ou prova de propriedade. A propriedade de um NFT não tem significado legal inerente e não concede necessariamente direitos autorais, direitos de propriedade intelectual ou outros direitos legais sobre o ficheiro digital associado. Um NFT não restringe a partilha ou cópia do ficheiro digital associado e não impede a criação de NFT que fazem referência a arquivos idênticos.

O mercado de NFT cresceu muito de 2020 a 2021, mas em 2022 foi registada uma queda drástica de preços e transações. Em maio de 2022 registaram-se menos 90% de vendas em comparação com o ponto mais alto de 2021.