Maria Eugenia Rivera e Luís Maria Pugní

A Biblioteca da Fundação José Saramago, na Casa dos Bicos em Lisboa, foi o cenário para a apresentação do novo catálogo editorial da editora HarperCollins em Portugal.

No evento foi possível conhecer a estratégia para o mercado português, um mercado que é “muito atrativo”, segundo Luís Maria Pugní, o diretor geral da HarperCollins Ibérica.

A editora, que chegou a Espanha em 2015, rapidamente estendeu os braços para o mercado português, onde entrou em 2016, começando a comercializar algumas obras traduzidas.

Ainda não assinou contratos com escritores lusos, mas Luís Maria Pugní diz que isso será um passo lógico, assim como a presença física da editora em Portugal, ambas etapas lógicas de um processo que já está em desenvolvimento.

Se os livros vão ter a chancela de uma editora portuguesa, não se pode dizer o mesmo da produção, pois a HarperCollins tem acordos para a impressão de obras em diversos locais do mundo, como por exemplo Holanda e Espanha. Se haverão necessidades que possam ser colmatadas pelas empresas gráficas portuguesas ainda não se sabe.

A preferência pelo papel 

Em Portugal, diz Luís Maria Pugní. “o papel é, sem dúvida, o formato mais procurado, chegando a atingir mais de 90% das vendas”.

O formato eletrónico dos e-books, embora tenha várias características apelativas quando se fala de arquivar ou transportar, por exemplo, mostra algum crescimento, mas não é ameaça para o formato físico do livro.

As tendências mostram, por outro lado, um crescimento considerável do audiobook (audiolivro), que começa a ser apreciado por pessoas que estão, de alguma forma, impedidas, por motivos físicos, de conseguir realizar uma leitura, ou que simplesmente apreciam ouvir a leitura do livro enquanto desempenham outras atividades. É, por isso, uma tendência a observar com atenção.

O novo catálogo

A intenção da Harper Collins Ibérica não é, como diz a diretora editorial, Maria Eugenia Rivera, “inundar o mercado”. Diz ela que a editora prefere “ser conhecida por ter um selo de qualidade”, e é por isso que se limitam a apresentar cerca de 10 obras ao ano, e cerca de cinco na coleção Harper Kids, linha destinada a crianças e adolescentes.

Loja HarperCollins Portugal

As expetativas para o próximo ano são altas, até porque a HarperCollins está a lançar o livro de comemoração dos 25 anos da série televisiva “Friends”, de Kelsey Miller, intitulado “I’ll be there fo you” – frase emprestada do genérico -, que promete agradar aos fãs e também aos que não tiveram contacto com a série. O novo livro de Daniel Silva e o novo livro de Don Winslow são outros trunfos na manga.

A editora

A HarperCollins Ibérica está ligada à HarperCollins, uma editora fundada pelos irmãos James e John Harper em Nova York em 1817, como J. e J. Harper, mais tarde Harper & Brothers. Em 1987, como Harper & Row, foi adquirida pela News Corporation. O grupo mundial de livros foi formado após a aquisição da News Corporation, em 1990, da editora britânica William Collins & Sons. Fundada em 1819, a William Collins & Sons publicou uma série de Bíblias, atlas, dicionários e clássicos reeditados, expandindo-se ao longo dos anos para incluir autores lendários como H. G. Wells, Agatha Christie, J. R. R. Tolkien e C. Lewis. É a casa de Mark Twain, das irmãs Brontë, Thackeray, Dickens, John F. Kennedy, Martin Luther King Jr., Maurice Sendak, Shel Silverstein e Margaret Wise Brown, para apenas mencionar alguns.

Sediada em Nova York, a HarperCollins possui operações em 17 países. Com duzentos anos de história, a HarperCollins publica aproximadamente 10 000 novos livros por ano, em 16 idiomas, e possui um catálogo impresso e digital de mais de 200 000 títulos. Escrevendo em dezenas de géneros, os autores da HarperCollins incluem vencedores do Prémio Nobel, do Prémio Pulitzer, do National Book Award, das Medalhas Newbery e Caldecott e do Man Booker.