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A Konica Minolta promoveu um Innovation Talks cujo tema foram as novas tendências na produção gráfica. Para falar sobre o assunto, o orador escolhido foi Miguel Sanches, Diretor da Licenciatura de Design e Tecnologias das Artes Gráficas do Instituto Politécnico de Tomar.

O encontro centrou-se na necessidade, para o setor gráfico, de repensar a atuação de forma a conseguir acompanhar a evolução tecnológica e o mercado. É imperativo que o setor reflita sobre a aproximação ao cliente, para mantê-lo, e até mesmo para angariação novos clientes. Com a evolução de todos os setores, já não basta ser uma empresa que imprime, mas há que acrescentar valor à oferta no portefólio.

A empresa gráfica deixa de ser apenas uma prestadora de serviço para impressão de papel, devendo abranger algum tipo de serviço associado. Como podemos inovar, como podemos apresentar outro tipo de produtos ao cliente, são questões que carecem de uma resposta rápida, onde pode estar envolvida a personalização, a definição de estratégias comerciais ou mesmo a internacionalização.

É aqui que sobressai a importância dos cross media e a complementaridade entre suportes. As empresas com maior rentabilidade ou que serão mais atrativas serão as empresas gráficas que apostem na área digital, na internet e na gestão de conteúdos.

Miguel Sanches no Innovation Talks

Para Miguel Sanches, “o desafio é percebermos de que forma é que podemos utilizar este fluxo de produção novo, de que forma é que podemos promover junto dos nossos clientes estas capacidades, como podemos divulgar a possibilidade que temos de juntar estas várias componentes. Como é que eu consigo transformar isto em valor, como é que consigo vender esta proposta adicional, de que forma que vou conseguir mostrar este valor acrescentado do produto que estou a fornecer…”

É aqui que entra também a questão da impressão 3D, da Realidade Aumentada e da impressão funcional. Trata-se da utilização de técnicas complementares de impressão, com a integração das áreas de multimédia e produção de conteúdos.

Para que isto corra bem, e a indústria gráfica possa evoluir e acompanhar os seus clientes, existe uma outra dificuldade que tem de ser ultrapassada - o trabalhar cada um por si. Cada vez mais, é necessário que o mundo gráfico tenha consciência da importância de se criar parcerias e sinergias para conseguir apresentar trabalhos com valor acrescentado aos clientes.

Miguel Sanches deu alguns exemplos da utilização de tintas especiais que funcionam como um complemento e que inovam no processo tradicional, nomeadamente as que a seguir apresentamos:

Tinta luminescente: reage a determinadas gamas de luz, ou seja, num determinado ambiente, não temos acesso a muita informação, mas assim que expomos o trabalho à luz do sol, é revelada toda a informação contida.

Tinta fosforescente: reage à ausência de luz, isto é, é uma tinta composta por pigmentos à base de fósforo que vai absorvendo energia e, assim que deixa de ter acesso à luz, a energia é libertada revelando toda a informação. Temos como exemplo, os ponteiros dos relógios, que vão absorvendo a energia durante o dia e quando não existe luz, conseguimos ver para que lado estão a apontar.

Tinta termocromática: reage a determinadas temperaturas, sendo possível inclusive escolher a gama de temperatura a que queremos que a tinta reaja.

Tinta que desaparece em contacto com o ar: reagem ao contacto com o ar, ou seja, após a impressão, a tinta tende a desaparecer ao fim de determinados dias, ficando o papel pronto para ser reimpresso. Por exemplo, é uma técnica útil para a impressão de textos que não são necessários durante muito tempo, levando ao reaproveitamento do papel ou alguma outra utilização que a indústria queira dar.

 

Por: Bruno Dias