A Intergraf, federação europeia das associações da indústria gráfica, fez um apelo para que o apoio dirigido ao setor, devido à crise energética, seja mais direcionado e com medidas mais eficazes.

O sector gráfico faz parte das infraestruturas críticas da Europa, com gráficas a produzir produtos essenciais que são necessários em toda a economia europeia, diz a federação. A crise energética – para além dos efeitos da pandemia e do aumento dos preços do papel – deixou muitas empresas de impressão numa situação crítica, o que terá graves repercussões no fornecimento de produtos impressos para todos os mercados.

Papel impressao

“Os legisladores a nível nacional e comunitário devem dar mais apoio à nossa indústria. Está em jogo o fornecimento contínuo de produtos essenciais”, alerta a Intergraf.

“A crise energética ameaça o fornecimento de produtos impressos para todos os mercados económicos – desde livros escolares, publicidade e rótulos para produtos alimentares e farmacêuticos, até à embalagem de todos os tipos. Já para não falar dos muitos produtos impressos que são vitais para a democracia e para a sociedade do conhecimento da Europa, como livros, jornais e revistas. A indústria gráfica com os seus produtos múltiplos serve todos os dias cidadãos e empresas em toda a Europa.

 Mesmo em tempos de crise, os produtos impressos são essenciais. Os produtos alimentares e farmacêuticos precisam de ser entregues e devidamente embalados e rotulados, os alunos precisam de ser educados com materiais de aprendizagem escolar e ao longo da vida, os cidadãos precisam de ser informados com jornais e livros, as empresas precisam de publicidade para crescer e os consumidores precisam de aceder facilmente a promoções e ofertas com publicidade impressa (algo que é particularmente importante para grupos vulneráveis numa altura de crise económica)”, explica a federação.

A indústria do papel e do cartão é um dos primeiros a receber o impacto da subida dos preços da energia, sendo afetada pelos preços mais altos e até por alguma escassez, criando uma situação de dupla penalização do aumento dos custos das matérias-primas, combinada com o aumento dos custos energéticos. Devido a um tecido empresarial maioritariamente composto por PME, a situação poderá tornar-se insustentável, alertam as empresas do setor.

Os regimes de apoio existentes tendem a ser direcionados para grandes sectores com grande intensidade energética, mas é vital que os legisladores - tanto a nível europeu como nacional - também apoiem sectores que fazem parte das infraestruturas críticas da Europa, sublinha a Intergraf.