Elvira Fortunato, cientista que inventou a eletrónica do papel, foi agraciada com o Prémio Pessoa, iniciativa do Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, que distingue personalidades das Artes, Ciência ou Cultura com uma bolsa de 60 mil euros.

Elvira Fortunato é a sétima cientista a ser distinguida e foi escolhida pelo júri pelo seu “trabalho pioneiro”. Criado em 1987, o Prémio Pessoa é atribuído em dezembro e anunciado a uma sexta-feira, porém devido à pandemia foi necessário atrasar o processo.

IMG 6961Em 2018, Elvira Fortunato explicou o potencial da eletrónica em papel, durante a EMPACK, no Porto.

Elvira Fortunato Licenciou-se em Física e Engenharia de Materiais em 1987, obtendo, em 1995, o doutoramento em Microeletrónica e Optoelectrónica. É professora catedrática na Faculdade de Ciências e Tecnologia, além de Vice-Reitora da Universidade NOVA.

Desde 1998, ao lado do marido Rodrigo Martins, lidera a equipa de investigação do Centro de Investigação de Materiais (CENIMAT) que se distingue pela descoberta da eletrónica de papel. Um dos exemplos práticos da sua utilização – e apenas um em milhares - é a utilização de sensores em embalagens alimentares para verificar o estado de conservação dos produtos até ao consumidor final.

Em 2008, o Conselho Europeu de Investigação atribuiu-lhe um prémio de 2,25 milhões de euros. Em 2018, recebeu a segunda Bolsa Avançada do Conselho Europeu de Investigação, no valor máximo de 3,5 milhões de euros, sendo o prémio mais elevado alguma vez atribuído a um investigador em Portugal.

Recebeu também a Medalha Czochralski (Ciência dos Materiais) atribuída pela Academia Polaca das Ciências e a Medalha Blaise Pascal conferida pela Academia Europeia de Ciências. Foi distinguida com vários Prémios Nacionais e Internacionais, entre os quais vale a pena mencionar o título de Doutor Honoris Causa, em 2009, pela Universidade de Gala, e a denominação de Grande Oficial da Ordem do Príncipe Henrique, o Navegador, pelo Presidente da República em 2010. Desde 2016 faz parte do Conselho Consultivo Científico da Comissão Europeia e, desde 2018, é membro da Academia de Ciências de Lisboa. Em 2017 foi também agraciada com o Prémio Prestígio atribuído pela Apigraf.