Artur do Cruzeiro Seixas, artista embaixador do surrealismo, faleceu ontem, 8 de novembro, aos 99 anos.

Artur do Cruzeiro Seixas, nasceu na Amadora a 3 de dezembro de 1920, doou a sua coleção em 1999 à Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão.

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Cruzeiro Seixas frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio (1935-1941) e, no período entre 1945 e 1946, abordou o Neorrealismo. Porém, escreve a Fundação Cupertino de Miranda, “as inquietações plásticas e os desejos de libertação estéticos e ideológicos conduziram-no para o Surrealismo”.

O artista era “detentor de um acervo pessoal constituído por cartas, postais, cadernos manuscritos, fotografias, desenhos, catálogos, serigrafias, colagens, pinturas, entre outros”, destacando-se no desenho “com grande perícia técnica um universo muito pessoal”.

Em 1951, alistou-se na marinha mercante, viajando até ao Oriente, e ficando depois em Angola até ao início da guerra colonial.

Atualmente estavam em curso várias iniciativas que assinalariam os 100 anos de aniversário, como exposições na Biblioteca Nacional de Portugal e da Perve Galeria, em Lisboa, assim como a edição da obra poética de Cruzeiro Seixas, iniciada em junho e que se estenderá até 2021.

O Barco BebadoO Barco Bêbado (Cruzeiro Seixas)

A meados de Outubro, Cruzeiro Seixas foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural, na exposição dos 35 anos do Centro Português de Serigrafia, O Tempo das Imagens III  na Biblioteca Nacional de Portugal. O Ministério da Cultura considera que “a vida e obra de Cruzeiro Seixas representam um contributo incontestável para a cultura portuguesa”, refere o Centro Português de Serigrafia.

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A assinalar o centenário de Cruzeiro Seixas, o CPS lançou também uma nova serigrafia do artista, uma edição especial intitulada O Barco Bêbado, sendo uma referência ao poema de Artur Rimbaud. 

Recordamos que várias obras para Cruzeiro Seixas foram premiadas nos Papies ao longo dos anos. Na edição de 2020, foi premiado "O mais secreto gesto" de Cruzeiro Seixas, produzido pelo Centro Português de Serigrafia, e, em 2019, foi premiado o “Diário Não Diário”.