Nos últimos dias, a Polícia Judiciária efetuou buscas e deteve 16 pessoas, algumas funcionárias da The Navigator Company, por corrupção passiva, em sequência de uma investigação realizada após uma denúncia da própria empresa.

Apesar disso, uma fonte oficial da empresa garantiu à doPAPEL que “atividade no complexo industrial de Setúbal decorre de forma regular, graças ao habitual empenho e dedicação dos seus colaboradores e fornecedores.”

 Sobre o caso, a companhia confirmou a investigação, por ter indícios de prática de crimes de corrupção, envolvendo alguns dos seus colaboradores e fornecedores da área de abastecimento de madeira do complexo industrial de Setúbal”.

Navigator Setubal

A Navigator adianta que “as alegadas práticas terão sido levadas a cabo em benefício próprio dos autores, e em grave prejuízo da empresa, que, tal como até aqui, se mantém inteiramente disponível para continuar a colaborar com as autoridades no apuramento dos factos”.

 Apesar da situação, sublinha que “pese embora alguns dos seus colaboradores possam estar envolvidos nas práticas suprarreferidos, a esmagadora maioria da sua força laboral, assim como a dos seus parceiros comerciais se pauta pelos mais rigorosos standards éticos que sempre caracterizaram a conduta do Grupo”.

Os detidos são funcionários que exerciam funções na receção e medição da matéria-prima. A Polícia Judiciária estima que a Navigator terá sido lesada em vários milhões de euros, pela prática continuada do crime, desde 2017.

Terá havido um acordo entre os funcionários da fábrica e alguns fornecedores que, “a troco de elevadas contrapartidas pecuniárias, adotaram um conjunto de procedimentos fraudulentos, relativamente à qualidade, quantidade, espécie, peso e densidade da matéria-prima inspecionada.

Era aceite matéria-prima de qualidade inferior ao estipulado pela empresa – eucalipto de boa qualidade e sem fungos - sendo as madeiras imediatamente trituradas para eliminar quaisquer provas do sucedido.

Foram constituídas arguidas cinco pessoas singulares e seis pessoas coletivas, e detidas 16 pessoas, que foram presentes a interrogatório e a quem foi aplicado a medida de Termo de Identidade e Residência até ao julgamento.