Com a pandemia do coronavírus a propagar-se pelo mundo, aumentou consideravelmente o cibercrime. Um dos mais recentes esquemas é a utilização do envio de Curriculum Vitae, aparentemente inofensivos, que difunde malware.

A equipa de investigadores da Check Point® Software Technologies Ltd. detetou uma campanha de ciberameaças através da utilização de documentos que simulam currículos para difundir distintos tipos de malware.

O desemprego tem sido uma das consequências mais devastadoras do COVID-19 e Portugal não é excepção. A alta taxa de desemprego faz com que as empresas sejam muito mais vulneráveis a tentativas de phishing que utilizam ganchos de interesse assuntos como “solicitação de emprego” ou “com respeito a uma possível vaga de trabalho”.

hacker by Jcomp Freepik© Jcomp / Freepik


Os ficheiros são enviados por e-mail como um documento em anexo em formato Microsoft Excel, e uma vez abertos pelas vítimas, pede-lhes que desbloqueiem o conteúdo. Ao efetuá-lo, é efetuado um download do malware ZLoader, um troiano bancário desenhado para roubar credenciais e informação privada dos utilizadores. Desta forma, um cibercriminoso pode realizar transações económicas ilícitas a seu favor fazendo-se passar pela vítima.

A Check Point assinala que só em maio registaram-se 250 novos domínios que continham a palavra 2emprego”, dos quais 7% eram maliciosos e uns 9% são suspeitos.

“À medida que aumenta a taxa de desemprego, os cibercriminosos aumentam a sua atividade maliciosa. Atualmente, usam currículos para obter informação valiosa, especialmente de âmbito económico, como as credenciais bancárias”, refere Omer Dembinsky, Manager of Data Intelligence na Check Point. “Por esta razão, na Check Point reforçamos a recomendação de pensar muito bem como deve abrir qualquer correio eletrónico ou outro tipo de comunicação que provenha de um remetente desconhecido e contenha um currículo em anexo, já que poderá não conter o conteúdo e o perfil que esperava”, conclui Dembinsky.

Os especialistas da empresa deixam algumas sugestões de como se manter protegido face a este tipo de ataques:

  • Precaução com os domínios parecidos: Prestar atenção aos erros ortográficos nos diferentes correios eletrónicos ou websites
  • Duvidar de remetentes desconhecidos: deve desconfiar de todos os ficheiros recebidos por correio eletrónico provenientes de pessoas desconhecidas, sobretudo se solicitam informação ou pedem para efetuar alguma atividade fora do habitual, como seja a confirmação de passwords ou dados bancários.
  • Usar fontes autênticas: Há que assegurar-se que está a comprar artigos via fontes autênticas. Uma forma de não cair numa fraude é NÃO CLICAR nos links promocionais dos e-mails, realize uma pesquisa no Google referente ao vendedor desejado.
  • Desconfiar das ofertas especiais: Aquelas mensagens que oferecem “Uma cura exclusiva para o Coronavirus por 150 dólares” não são uma oportunidade de compra fiável. Enquanto não há uma cura para o Coronavirus não caia nesta tentação, e mesmo que existisse, não seria oferecida via e-mail.
  • Não reutilizar a mesma password: é importante assegurar-se que não utiliza as mesmas passwords entre diferentes aplicações e contas.