Em breve estarão disponíveis os resultados do 7.º drupa Global Trends, um estudo que analisou a indústria mundial da impressão ainda antes do deflagrar da epidemia do coronavírus e antes da mudança da drupa para abril de 2021.

O estudo teve a participação de quase 600 gráficas e quase 200 fornecedores, com todas as regiões bem representadas. Os dados mostram uma indústria que era fundamentalmente otimista, sem deixar de refletir as condições económicas globais mais exigentes.

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A embalagem e a impressão funcional mostravam-se melhor posicionadas no mercado do que as publicações e impressão comercial. A América do Norte permanecia dinâmica, enquanto a confiança na Europa e em todas as outras regiões estava em declínio. As economias em desenvolvimento e emergentes são contidas por preocupações com a instabilidade política e a corrupção, enquanto as nações industrializadas estão particularmente preocupadas com uma inevitável desaceleração cíclica.

Com maior pressão nas margens de lucro, as empresas mais bem posicionadas optaram por recorrer à inovação. Os planos de investimento dos fornecedores de serviços de impressão e dos fabricantes de máquinas eram, portanto, mantidos para se manterem competitivos.

De um modo geral, mais 17% das gráficas descreveram a situação económica da respetiva empresa como “boa” comparativamente às que a descreveram como “fraca”.

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No caso dos fabricantes de máquinas e dos subfornecedores, o saldo positivo líquido foi ainda mais forte, com +32%. A confiança era mais forte em 2017, após uma longa e lenta recuperação que se seguiu à recessão de 2007/8. Depois surge uma abordagem mais cautelosa desde essa altura.

Diferenças entre segmentos

As condições gerais dos mercados individuais e das diferentes regiões diferem bastante. O mercado de embalagens é o mais bem sucedido, seguido pelo da impressão funcional, comercial e editorial.

É cada vez maior o número de gráficas do ramo comercial e editorial a tentarem diversificar as suas operações para os outros dois mercados. As medidas financeiras confirmam as tendências com a luta pelas margens de lucro em todos os setores de mercado. O declínio, no entanto, pode ser verificado mais nitidamente na impressão editorial. 

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América do Norte mais confiante

A América do Norte permaneceu um mercado dinâmico desde que as pesquisas drupa Global Trends  começaram em 2013. A confiança na Europa aumentou até 2018, mas diminuiu desde então, com um declínio a ser registado em todas as outras regiões. 

Os resultados dos fabricantes de máquinas/ fornecedores refletem os resultados dos seus clientes, tanto a nível regional como por mercado; apesar de, em muitos casos, terem a vantagem de prestarem serviços a um leque mais alargado de mercados e regiões.

Durante vários anos, as gráficas responderam à constante pressão sobre as margens com maiores receitas e mantendo os custos a um valor mínimo”, comentou Sabine Geldermann, Diretora da drupa e Global Head Print Technologies na Messe Düsseldorf. “Torna-se cada vez mais evidente que, apesar de se manterem as medidas para a redução de custos, as gráficas começam a reconhecer a necessidade de inovar – através do lançamento de novos produtos e serviços nos mercados atuais ou com a entrada em novos mercados”, refere.

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Planos de investimento

Os planos de investimento eram fortes, com um maior número de gráficas em todas as regiões a indicar que iriam aumentar o investimento de capital no próximo ano, contrariamente às que indicavam que iriam diminuir.

O balanço das que iam aumentar o investimento por mercado foi positivo para todos, mas mais expressivo  no setor da embalagem do que no setor funcional, comercial e, por fim, editorial.

A maior parte do investimento destinar-se-ia ao acabamento, seguida pela tecnologia de impressão e gestão de pré-impressão / fluxo de trabalho / gestão da impressão.

Embora os projetos de investimento individuais no segmento do acabamento sejam muito diversos, conclusões  mais específicas podem ser feitas na área de tecnologia de impressão. A mais popular é a impressão digital a cores baseada em toner com alimentação folha-a-folha, seguida pela impressão offset, embora haja flutuações significativas entre os diferentes mercados.

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Richard Gray, Diretor de Operações na Printfuture, afirmou: “Pela primeira vez, fizemos perguntas especificas sobre as pressões socioeconómicas mais latas e foi possível verificar dois padrões claros a nível global. No caso das regiões desenvolvidas, o foco estava na preocupação relativamente ao risco, ou à realidade, de uma recessão económica no país ou na região, seguido pela preocupação relativamente às guerras comerciais globais e ao impacto do aquecimento global/pressões ambientais. Para as regiões em desenvolvimento, dominaram os problemas da corrupção e da instabilidade política na origem de uma recessão económica. Agora, é claro, também há o efeito desencadeado pelo coronavírus. No entanto, isso ainda não está coberto pelo relatório"

A indústria fez face à última recessão severa e iria dar uma resposta à altura a um abrandamento global, embora agora tenha que se aguardar para verificar os efeitos do coronavirus.

Hoje, a diferença crucial e benéfica é que, na maioria dos mercados, a indústria adaptou os seus modelos comerciais ao desafios das comunicações digitais. O investimento é a chave para se manter na linha da frente, diz a drupa.