portucel setubalCom um volume de negócios superior a 1,5 mil milhões de euros, o grupo Portucel atinge em 2012 novos máximos de volume de produção e de vendas de papel. O crescimento no volume de negócios do grupo está sustentado no bom desempenho do negócio do papel, assim como na evolução positiva da área de energia. Apesar do difícil enquadramento económico internacional e do elevado nível de desemprego registado ao longo do ano, com consequências negativas em termos de consumo de papel, o grupo conseguiu atingir um novo aumento no volume de vendas, ultrapassando 1,5 milhões de toneladas vendidas. Este crescimento, aliado a um incremento no preço médio de venda, contribuiu favoravelmente para o comportamento positivo do negócio do papel.

No negócio da pasta branqueada de eucalipto (BEKP), o volume de vendas evidencia uma descida de cerca de 11%, que resulta, por um lado, da paragem de manutenção ocorrida no complexo industrial de Setúbal durante o mês de Setembro e, por outro, da menor disponibilidade de pasta para mercado, em resultado do aumento da produção de papel e consequente maior integração de pasta. Em termos de preços, assistiu‐se a uma variação positiva ao longo do ano, com o índice PIX BHKP (em euros) a ganhar 0,6%, uma evolução em linha com a do preço médio do Grupo, e que atenuou o impacto da queda do volume vendido de pasta. Assim o valor das vendas de pasta em 2012 apresenta uma redução de cerca de 10% quando comparado com o ano de 2011.

A área do negócio de energia teve um desempenho positivo ao longo de 2012, tendo o valor das vendas registado um crescimento de cerca de 8%, em resultado do aumento de produção e da evolução do preço de venda, tendo, no entanto, sido negativamente afectado pelo grande agravamento de custos registado nesta rubrica.

Ao longo de 2012, assistiu‐se a uma evolução positiva de alguns custos de produção, nomeadamente ao nível de algumas das matérias‐primas e dos produtos químicos. No entanto, esta evolução não foi suficiente para compensar o acréscimo significativo do custo da electricidade e do gás natural, de cerca de 36 milhões de euros, tendo por isso o grupo registado um agravamento global nos custos totais de produção.

Registou‐se, igualmente, um aumento dos custos de logística, associado a uma maior dispersão dos pontos de venda, ao aumento dos combustíveis, à menor disponibilidade de meios de transporte (devido à alteração verificada entre os fluxos de importação e de exportação) e à evolução cambial desfavorável nesta rubrica. O aumento dos custos das operações logísticas foi muito agravado pelas greves ocorridas na actividade portuária, que afectaram os portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Aveiro, nos últimos cinco meses do ano. É importante salientar que o grupo Portucel é o maior exportador de carga contentorizada na Península Ibérica, representando cerca de 10% do total da carga contentorizada e convencional exportada pelos portos nacionais.

O  EBITDA consolidado foi de € 385,4 milhões, um valor em linha com o de 2011 e que se traduz numa margem EBITDA / Vendas de 25,7%, inferior em 0,2 pontos percentuais à registada no ano anterior. Os resultados operacionais situaram‐se em € 286,2 milhões, evidenciando um crescimento de 7,5% face a 2011, tendo sido positivamente influenciados pela reversão de provisões de cerca de € 15 milhões, assim como pelo menor valor de amortizações registado este ano, decorrente do ciclo normal de vida dos activos industriais.

Os resultados financeiros foram negativos em € 16,3 milhões, um valor em linha com o registado em 2011. Esta evolução resulta essencialmente da significativa diminuição das taxas de juro das operações activas ocorrida durante o ano, que contrariou em certa medida o efeito da redução da dívida líquida do Grupo, assim como do resultado negativo das operações de cobertura cambial. Assim, o Grupo fechou o ano de 2012 com um resultado líquido consolidado de € 211,2 milhões, o que representa um crescimento de 7,6% em relação ao ano anterior.