Josá Constâncio, presidente da apigrafPaulo Portas, na qualidade de líder do CDS/PP, prestou declarações aquando da sua visita à Região Autónoma dos Açores, em que afirmou a necessidade de os partidos políticos envolvidos na campanha eleitoral naquela região de se absterem de gastar muito dinheiro afirmando que "o país está a passar um momento muito difícil, há muita gente a passar momentos difíceis", pelo que apelou a que os partidos "gastem o menos possível na campanha eleitoral". Atendendo ao facto de que os meios propagandísticos mais visíveis nas campanhas eleitorais passam pela utilização de meios impressos, como sejam os cartazes e outdoors, a apigraf – Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas, de Comunicação Visual e Transformadoras do Papel, requereu ao Ministro da Economia, com carácter de urgência, uma audiência, de forma a transmitir ao Governo a posição das mais de 500 empresas do sector por si representadas e directamente afectadas por este tipo de decisão.
A apigraf comunica ser solidária com a opinião manifestada de que é fundamental reduzir custos e que os gastos com as campanhas eleitorais, bem como outras iniciativas públicas, devem ser contidos e que enquanto organização empresarial, representativa de um sector maioritariamente constituído por micro e PME’s, que emprega cerca de 20.000 trabalhadores na sua globalidade, não pode concordar que essa contenção seja feita à custas das empresas privadas e não da redução directa de custos com a manutenção de organismos públicos dedicados à actividade gráfica.
De facto, existem diversos departamentos gráficos do Estado, associados à administração directa, como seja o caso da INCM e do departamento editorial do Ministério da Educação, mas também de inúmeras Câmaras Municipais e outros organismos como escolas e estabelecimentos prisionais, que, à conta do erário público, subsistem na produção de materiais gráficos, por vezes trabalhando em exclusivo para o Estado, mas muitas vezes igualmente para o mercado em geral, em concorrência com as empresas gráficas privadas. Assim, indo de encontro ao programa eleitoral do actual governo, que defende uma política de ‘menos Estado, melhor Estado’, a apigraf irá reforçar a ideia de que as empresas do sector podem ajudar a contribuir para a diminuição de avultadas somas que são anualmente gastas com as referidas empresas, por um lado e, por outro, que o Estado possa contribuir para dinamizar um sector que, por si só, atravessa uma situação conjuntural bastante difícil.