Portucel SoporcelNo primeiro semestre de 2014, o volume de negócios do Grupo Portucel totalizou € 747,2 milhões, uma redução de 1,2% face ao primeiro semestre de 2013, reflectindo a descida dos preços de pasta e papel, assim como do preço médio de venda de electricidade.

No negócio de papel uncoated woodfree (UWF), apesar do Grupo ter aumentado em 0,7% o seu volume de vendas, a redução do preço não permitiu registar uma evolução positiva no valor das vendas de papel, que diminuíram cerca de 1%. No entanto, apesar do preço médio de mercado ter evoluído negativamente em relação ao primeiro semestre de 2013, com o índice A4 B‐copy a cair 2,8%, o Grupo registou um decréscimo de apenas 1,6% no seu preço médio de venda, em resultado do aumento de preços realizado a partir de Abril, assim como da melhoria do seu mix de produtos.



“A nossa liderança no mercado europeu de papéis uncoated woodfree voltou a confirmar‐se neste semestre: aumentámos o nosso volume de vendas, melhorámos o nosso mix de produtos e conseguimos que o nosso preço médio de venda evoluísse mais favoravelmente do que a média do mercado. Estamos numa posição sólida para enfrentar com confiança um eventual endurecimento das condições do nosso sector” disse Diogo da Silveira, Presidente da Comissão Executiva da Portucel.

Tal como era esperado, o primeiro semestre revelou‐se difícil para o sector da pasta, com a nova capacidade de produção a entrar em funcionamento, num mercado já de si excedentário de oferta. Apesar do impacto não ter sido tão grande quanto esperado, o preço de referência, Pix BHKP, registou uma queda, em euros, de 9,1%. Nestas condições de mercado, o grupo conseguiu manter o volume de vendas equivalente ao do semestre homólogo, registando uma redução em valor das suas vendas de pasta.

Ao longo do primeiro semestre, ocorreram algumas paragens planeadas de produção, nomeadamente na fábrica de pasta de Cacia, nas máquinas de papel e nas cogerações dos três complexos industriais, Cacia, Figueira da Foz e Setúbal. Ocorreram também algumas paragens de manutenção nas duas centrais termoeléctricas a biomassa de Cacia e Setúbal. Contudo, estas paragens não tiveram um impacto significativo na evolução da produção de pasta, de papel e de energia no período.

Assim, num enquadramento de baixa de preços, o EBITDA do Grupo situou‐se em € 158,2 milhões, caindo cerca de 9,6%, ficando a margem EBITDA / Vendas em 21,2%. Os resultados operacionais totalizaram € 112,3 milhões, que comparam com cerca de € 124,7 milhões obtidos no período homólogo anterior.

O grupo registou resultados financeiros negativos de € 16,1 milhões, o que representa um agravamento de € 8,3 milhões face ao semestre homólogo e que resulta, fundamentalmente, do aumento de encargos com o endividamento, na sequência da renegociação da sua dívida feita em 2013. De facto, em Maio de 2013, a Portucel procedeu à emissão de € 350 milhões de obrigações nos mercados internacionais, alongando a maturidade da sua dívida e melhorando o seu nível de liquidez, mas aumentando simultaneamente o seu custo. Para este agravamento também contribuiu a redução expressiva registada na remuneração da aplicação dos seus excedentes de tesouraria.

O resultado líquido situou‐se em € 90,6 milhões, reflectindo uma redução de 7,3% face ao primeiro semestre de 2013. À semelhança do que aconteceu no primeiro trimestre, a taxa efectiva de imposto no semestre ficou bastante abaixo da taxa de imposto do semestre homólogo, situando‐se em 6,2%, como resultado da libertação de provisões que se vieram a verificar não necessárias.